Didática de Línguas
Ao longo de sua história, a humanidade tem aprendido e ensinado línguas por diferentes razões e para diferentes propósitos. Houve um tempo no qual eram ensinadas para o registro da escrita; outros para a comunicação oral. Diferentes razões implicam diferentes métodos porque o foco das teorias e práticas muda. Implica também em um ou outro objetivo e numa visão ou outra sobre língua. Ao estudar a Didática de Línguas (DL) nos deparamos com fenômenos linguísticos, com teorias sobre os processos de ensino-aprendizagem, com perfis de falantes e aprendizes e com metodologias diversas. A DL é uma ciência de interface entre várias outras áreas do saber que, segundo Alarcão (1994),
enquanto disciplina autônoma, consolidada e com identidade própria, caracteriza-se pela especificidade do seu objeto de estudo, dos objectivos e métodos de investigação, das suas interrogações e respostas (Andrade & Araújo E Sá, 1989), sendo-lhe inegável a caracterização enquanto disciplina ‘viva e dinâmica porque se encontra ainda em desenvolvimento’ (destaque no original) (p. 307).
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Segundo Faneca (2016), a DL reconhece como necessidade priomordial adequar propostas pedagógicas para diferentes contextos de ensino-aprendizagem, como os representados pelas diversas especialidades que aqui serão apresentadas – conceitos que representam a relação que cada sujeito mantém com a(s) língua(s) que conhece. Dessa maneira, é importante entender a especificidade de cada uma das especialidades, assim como criar diálogos entre as práticas desenvolvidas. De acordo,
se, por um lado, a complexidade e a subjetividade presentes nestas relações dificultam a clarificação destas designações, por outro lado, os critérios considerados para a sua definição nem sempre são consensuais e, muitas vezes, são vistos como ambíguos ou com limites pouco claros (p. 2).
se, por um lado, a complexidade e a subjetividade presentes nestas relações dificultam a clarificação destas designações, por outro lado, os critérios considerados para a sua definição nem sempre são consensuais e, muitas vezes, são vistos como ambíguos ou com limites pouco claros (p. 2).
O que é ensinar em línguas?
Ensinar em línguas, mais do que apresentar palavras de sons e significados diferentes, é trazer à "sala de aula", qualquer que seja seu formato, outras visões de mundo, outros cheiros, outros sabores... outras formas de ser. Ensinar em línguas é, por meio da língua, mostrar ao aluno que não há uma só maneira para nada. Ensinar em línguas é trazer à tona o melhor do aluno - desenvolvendo suas capacidades de compreensão, memória e percepção - por meio do que é mais plural com relação à outros indivíduos e sociedades - desenvolvendo e ampliando seu repertório linguístico, estético e crítico.
Como funciona?
Este novo programa - Formação Avançada em Didática de Línguas - busca apresentar ao professor perspectivas múltiplas e plurais com relação à língua, identidades e culturas, assim como metodologias de ensino, baseadas em práticas e pesquisas nos mais diferentes contextos. Após uma fase fundamental, os alunos poderão especializar-se em uma ou mais especialidades de ensino da língua - português como língua de herança, português como língua estrangeira / adicional e português como língua de acolhimento.
A proposta atual é uma especialização ampla e complexa com carga horária de 360 horas (ver carga horário da Formação Fundamental em Didática do PLH, aqui), incluindo o material de leitura e as atividades de discussão, bem como os encontros presenciais e aulas assíncronas.
A proposta atual é uma especialização ampla e complexa com carga horária de 360 horas (ver carga horário da Formação Fundamental em Didática do PLH, aqui), incluindo o material de leitura e as atividades de discussão, bem como os encontros presenciais e aulas assíncronas.
Coordenação do curso
A coordenação geral do curso é de Felicia Jennings-Winterle, bem como a especialidade do Português como Língua de Herança. A coordenação da especialidade Língua Estrangeira e Língua Adicional é de Graziela Naclério Forte e Lucilia Yamashita. Outros profissionais também estarão envolvidos.
Felicia Jennings-Winterle é doutoranda em Didática e Currículo na Universidade de Aveiro e desde 2009 dedica-se ao ensino do português como língua de herança (PLH) através de diversas ações. Foi diretora da primeira pré-escola brasileira nos EUA, entre 2009-2014, desenvolvendo material didático e filosofia específicos ao ensino do PLH por meio de sua experiência. Em 2014 organizou uma publicação pioneira sobre o PLH reunindo o trabalho de 14 mulheres (você encontra todas as suas publicações, aqui). É criadora do Dia do Português Língua de Herança (que teve sua comemoração inaugural dia 16 de maio de 2014) e da Conferência Mundial sobre o Ensino, Manutenção e Promoção do PLH que promoverá sua 7a edição em 2021. Também desde 2014, desenvolve conteúdo e discussões exclusivas para o Programa de Formação Didática do Português Língua de Herança que a Plurall by BEM oferece.
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Graziela Naclério Forte é Pós-doutora pela Unesp-Marília (2017), doutora pela Unicamp (2014) e mestra pela Universidade de São Paulo (2008). Tem experiência de quase 20 anos na área de Português como Língua Estrangeira (PLE) e Português como Segunda Língua (L2), ministrando cursos presenciais, in company, on-line, individual ou em grupo, do nível básico ao avançado (atualização gramatical, manutenção ou preparatório para o exame de proficiência Celpe-Bras). Autora dos livros "Celpe-Bras sem Segredos" (HUB Editorial, 2011) e “Gramática sem Segredos” (EditoraGNF, 2020) além de diversos artigos publicados em revistas especializadas.
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Lucila Yamashita é sócio-fundadora do Grupo Sou Brasil e do Projeto Pipoca - língua portuguesa e cultura brasileira para crianças. Formada em Letras Espanhol / Português pela Universidade de São Paulo (2003) e especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Estadual de Campinas (2012). Leciona Português como Língua Estrangeira (PLE) desde 2006, tendo como público adultos, jovens e crianças. Possui experiência como coordenadora e professora de curso de PLE no Japão (2006-2008) e como professora de Língua Portuguesa e Literatura do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) pela Secretaria do Estado da Educação de São Paulo (2011-2013) e do Ensino Médio Técnico pelo Centro Paula Souza (2015-2017).
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