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PAINEL 1 LITERATURA E CULTURA: HERANÇAS E INFLUÊNCIAS
Influência da herança africana e uso da cultura local no ensino de PLH
Iane Campos-Sidique (representada por Alessandra Almeida), ABRACE (EUA)
O tema da influência africana na cultura brasileira é abordado em dois aspectos: o histórico e o contemporâneo. No contexto histórico, compreensão do fato histórico da escravidão no Brasil e análise comparativa com a escravidão nos EUA e no mundo, com destaque para os quilombos, Zumbi, Consciência Negra, entre outras figuras e datas importantes. No aspecto contemporâneo, a presença africana na comida, na língua, nas artes (música e dança) e nos traços físicos dos brasileiros (cabelos, cor da pele, traços faciais), com destaque para a realidade e riqueza da diversidade humana, física e cultural. A inclusão social e o racismo como temas subjacentes, trabalhados em diferentes graus, de acordo com a idade dos alunos. Vamos mostrar um exemplo de trabalho, feito com o tema “Haloween” e o dia do “Saci Pererê”, como parte da proposta da ABRACE de conhecimento e preservação do patrimônio folclórico brasileiro, por meio de análise comparativa entre a tradição anglo-americana do Haloween, e suas origens celtas, e a existência do Saci e outros seres míticos, os quais chamamos de “assombrações” brasileiras.
Projeto com literatura infantil brasileira para ensino de PLH, em duas partes: - engajamento de professores, pais e alunos, crianças de todas as idades Ana Lucia Lico, ABRACE (EUA)
A partir de um período especial de contato com autores e leitura de suas obras na ABRACE, foi feito um trabalho de sensibilização para formação de leitores e resgate do papel leitor das próprias professoras, a partir do qual elaborou-se um projeto para aplicação com alunos de todas as faixas etárias da associação. Trabalhando com obras de autores brasileiros, disponíveis no acervo da biblioteca móvel da ABRACE, as atividades de contação e vivência de histórias foram realizadas pelos próprios alunos e alguns integrantes do grupo de jovens da associação, com participação especial de alguns pais e mães de alunos. Vamos mostrar algumas das ações e alguns dos resultados obtidos.
Sub-projeto especial com o público adolescente Claudia Costa, ABRACE (EUA)
Parte do projeto maior de Literatura, este teve o objetivo de fomentar as competências comunicacionais em português, em especial a oralidade e a leitura na fase inicial, com jovens de 11 a 16 anos. O trabalho consistiu em exercícios de leitura, análise e escolha de livros e textos de diferentes níveis pelos próprios alunos, e de registro por escrito e em áudio, feito pelas professoras do que os alunos produziram. Vamos compartilhar um retrato das ações e de alguns resultados obtidos.
Literaturas africana e indígena no PLH: revisitando nossa herança cultural junto a brasileirinhos
Lorena Souza, Instituto Federal de São Paulo (BRA)
Dados estatísticos recentes revelam que voltou a crescer, em especial nos últimos quatro anos, a chamada "diáspora brasileira", ou seja, o fluxo de famílias que emigram do Brasil para diversos países, especialmente lugares como Estados Unidos, Japão e países da Europa. Muitas vezes, esse movimento migratório faz com que as famílias brasileiras, sobretudo as crianças, percam aos poucos a bagagem cultural trazida de seu país de origem, principalmente a herança linguística. Essa situação relaciona-se diretamente com o contexto do Português como Língua de Herança (PLH) e nos leva a perguntar: como realizar a promoção, o ensino e a manutenção dessa herança cultural, garantindo o desenvolvimento do crescimento bilíngue aos brasileirinhos? Primeiro, é importante ressaltar que uma herança cultural envolve vínculos afetivos dos pequenos com sua história ancestral, ligada não só aos pais dessas crianças, mas a todo um contexto de nacionalidade brasileira. Dessa forma, ao falarmos de história ancestral no Brasil, não podemos deixar de pensar nas influências das manifestações africanas e indígenas na cultura brasileira. É justamente nesse contexto que a proposta em tela se insere: a apresentação visa relatar uma iniciativa de letramento literário desenvolvida junto a crianças brasileiras a fim de promover o conhecimento e a vivência de nossa herança cultural por meio do lúdico e da leitura literária, aqui tida como um meio para o ensino do PLH. A comunicação apresentará os resultados de uma sequência didática em que contos de autores negros, africanos e afro-brasileiros, bem como de autores indígenas, foram lidos coletivamente no intuito de levar as crianças a revisitarem nossa herança cultural, reformulando conceitos arraigados em relação a essas manifestações culturais, muitas vezes vistas sob o olhar do exotismo. A história do baobá, o surgimento do milho e o que aconteceu depois do dilúvio nas perspectivas da África e dos indígenas são apenas algumas das temáticas abordadas com as crianças. Essa proposta pretende contribuir para reflexões que visem a revisitar concepções equivocadas sobre as manifestações negras e indígenas na cultura brasileira e, mesmo tendo sido desenvolvida no Brasil, busca oferecer subsídios a profissionais que queiram desenvolver as temáticas étnico-raciais no contexto do PLH, procurando valorizar a literatura enquanto meio de humanização capaz de ser, além de uma fonte de prazer estético, um caminho para uma melhor compreensão dos sujeitos a respeito de sua herança cultural.
PAINEL 2 A CULTURA TRADICIONAL DA INFÂNCIA COMO MATERIAL PEDAGÓGICO DO ENSINO DO PLH
Alfabetizar letrando com a tradição oral: relatos de experiências
Juliana Gomes, APBC (ESP)
Débora Dantas, Clubinho Verde e Amarelo (EUA)
Renata Nagashima, Projeto Ushioda (JAP)
Luzia Tanaka, ARTEL (JAP)
Patricia Fincatti, Brasil em Mente (EUA)
As participantes do Programa de Formação para Educadores e Demais Envolvidos: Volume 2, Alfabetização na língua de herança apresentarão um relato de experiência realizada com seus filhos/alunos no período de janeiro e fevereiro de 2016 relacionada a aspectos da tradição oral (lendas, adivinhas, parlendas, proverbios, etc). No relato/apresentação haverá uma breve contextualização: iniciativa, local, quantos alunos, idade, língua do entorno e uma explicação sobre a metodologia utilizada. Referencial Teórico: "Alfabetizar Letrado com a tradição oral", de Fabiano Moraes e Lenice Gomes, da editora Cortez.
PAINEL 3 AS CULTURAS INDÍGENAS COMO MATERIAL PEDAGÓGICO DO ENSINO DO PLH
'Indigenário': escrever para saber, fazer e brincar
Cristiane Horta, Brasil
Os indígenas possuem uma maneira própria de organizar a vida. Entre eles tudo é dividido com o objetivo de fazer a aldeia funcionar em harmonia. A divisão de trabalho, por exemplo, segue basicamente critérios de idade, sexo e acúmulo de conhecimento e cultura. Os curumins da aldeia também possuem determinadas funções. Essas brincadeiras diversas são destinadas ao aprendizado prático das tarefas que deverão assumir quando adultos. Além disso, as histórias, o vocabulário utilizado no cotidiano são práticas orais nas tribos. Diante da necessidade de preservar todo esse patrimônio da infância indígena, o 'Indigenário' visa perpetuar tais práticas lúdicas da infância para que outras culturas letradas possam conhecer e saber fazer e brincar. O 'Indigenário' é o registro dessa pesquisa. É um almanaque impresso e digital, em que os jogos e brincadeiras indígenas, comumente ilustrados e descritos pelas crianças são apresentados, bem como as palavras incorporadas ao universo linguístico do vocabulário da Língua Portuguesa, histórias, lendas, hábitos, costumes, curiosidades e culinária indígena. Para o sucesso desse projeto, é de fundamental importância que tudo seja vivenciado pelos pesquisadores: executar os jogos e brincadeiras, preparar os pratos indígenas, ouvir as histórias e relatos. Para ampliar as possibilidades de atuação pedagógica, é importante discutir a organização do trabalho e do cotidiano dos silvícolas e o percurso histórico até os dias atuais no território nacional e a consequente dizimação. O registro escrito abordará gêneros discursivos diversos, que são respaldados nas práticas sociais, na dinâmica da vida social e cultural e podem sofrer variações em suas unidades temáticas, forma composicional e estilo. Assim sendo, os textos elaborados para o 'Indigenário' perpassarão por uma análise discursiva e, mesmo que implícita, nas intervenções pedagógicas de elaboração. Esta proposta desenvolvida permite que seja observado como está o desenvolvimento linguístico das crianças. Pode-se avaliar, no processo, o desempenho do aluno quanto à capacidade de produção oral e escrita, as estratégias de pesquisa, a criatividade na seleção de recursos utilizados, a sua capacidade de ler, de selecionar, de relacionar, de sintetizar e de produzir novos textos, entre outros e avaliar as heranças deixadas pelo universo indígena na cultura brasileira e como estas influenciam até hoje na construção da identidade nacional.
Peça teatral sobre o Descobrimento do Brasil baseada na música Pindorama da Palavra Cantada
Magaly Quadros, A Hora do Conto de Dubai (EAU)
Apresentar o desenrolar do projeto de execução da peça Pindorama feito com crianças de 5 a 13 anos que frequentam a iniciativa Hora do Conto em Dubai. O objetivo foi mostrar a história do Descobrimento do Brasil de forma lúdica e compreensível para crianças que não vivem no Brasil e não conhecem e /ou aprendem sobre este tema nas escolas que estudam. Teve como base a letra da canção Pindorama, que mostra de maneira cronológica momentos importantes da chegada dos portugueses em terras brasileiras. Todas as etapas dos acontecimentos foram abordados: primeiros habitantes, cargo que cada um tinha na tripulação, nome das embarcações, motivo da viagem, primeira missa, troca de presentes ,etc
Para falar sobre os índios foram utilizadas outras canções e leituras que traziam palavras de origem tupi e seus significados.